Estremoz, a
sua área geográfica, teve o bafo da sorte quando em 1258 lhe foi atribuído o
foral. Situado entre sete concelhos em dois distritos administrativos. Numa
sub-região que se destaca pela riqueza do seu subsolo, pelo seu microclima,
pela riqueza da flora, da fauna, pela excelência das ligações rodoviárias e, em
tempos, das ferroviárias, pela centralidade relativamente a vários centros
urbanos de maior dimensão, pela sua história, pelo seu património arquitectónico,
pela gastronomia, pelas diversas actividades económicas e, sobretudo, pela
riqueza humana das suas gentes, os estremocenses. Sempre anunciado e
pronunciado como um concelho com enormes potencialidades e com as maiores
margens de progressão e desenvolvimento. Só pode ser um concelho cheio de
sorte.
É verdade que
alguma coisinha foi feita, poucochinho como alguém já disse a outro nível. Os
estremocenses tiveram sempre, ou quase sempre, azar no que respeita às equipas que
governaram os seus destinos locais. As equipas propostas e que saíram
ganhadoras não tiveram capacidade para aproveitar a sorte. Tudo ou quase tudo
foi feito para o imediato. Fez-se o que podia ficar à vista e dava votos. A
cidade e o concelho pecam por falta de infraestruturas básicas funcionais e modernas.
A mobilidade e a acessibilidade para os cidadãos são uma miragem. A higiene e a
limpeza deixam muito a desejar, apesar de neste sector os cidadãos contribuírem
negativamente para tal. Quanto a urbanismo, com poucas excepções, os bairros
novos são uma vergonha. Faltou e continua a faltar planeamento para a cidade e
para o concelho. Sem planeamento não se pode projectar o futuro.
Como é hábito
dizer-se – “não há bela sem senão” -, Estremoz concelho sortudo, bateu-lhe
sempre o azar à porta. Deixaram-se enganar e escolheram mal, digo eu. Quanto ao
futuro? Tudo como dantes, não se vislumbra qualquer luzinha que possa correr
com o azar.
Paulino
Pereira
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