quinta-feira, 13 de abril de 2017

A SORTE E O AZAR



Estremoz, a sua área geográfica, teve o bafo da sorte quando em 1258 lhe foi atribuído o foral. Situado entre sete concelhos em dois distritos administrativos. Numa sub-região que se destaca pela riqueza do seu subsolo, pelo seu microclima, pela riqueza da flora, da fauna, pela excelência das ligações rodoviárias e, em tempos, das ferroviárias, pela centralidade relativamente a vários centros urbanos de maior dimensão, pela sua história, pelo seu património arquitectónico, pela gastronomia, pelas diversas actividades económicas e, sobretudo, pela riqueza humana das suas gentes, os estremocenses. Sempre anunciado e pronunciado como um concelho com enormes potencialidades e com as maiores margens de progressão e desenvolvimento. Só pode ser um concelho cheio de sorte.
É verdade que alguma coisinha foi feita, poucochinho como alguém já disse a outro nível. Os estremocenses tiveram sempre, ou quase sempre, azar no que respeita às equipas que governaram os seus destinos locais. As equipas propostas e que saíram ganhadoras não tiveram capacidade para aproveitar a sorte. Tudo ou quase tudo foi feito para o imediato. Fez-se o que podia ficar à vista e dava votos. A cidade e o concelho pecam por falta de infraestruturas básicas funcionais e modernas. A mobilidade e a acessibilidade para os cidadãos são uma miragem. A higiene e a limpeza deixam muito a desejar, apesar de neste sector os cidadãos contribuírem negativamente para tal. Quanto a urbanismo, com poucas excepções, os bairros novos são uma vergonha. Faltou e continua a faltar planeamento para a cidade e para o concelho. Sem planeamento não se pode projectar o futuro.
Como é hábito dizer-se – “não há bela sem senão” -, Estremoz concelho sortudo, bateu-lhe sempre o azar à porta. Deixaram-se enganar e escolheram mal, digo eu. Quanto ao futuro? Tudo como dantes, não se vislumbra qualquer luzinha que possa correr com o azar.

Paulino Pereira

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