sábado, 19 de fevereiro de 2011

CONTRA O IP2

Muito se tem falado sobre o IP2-troço de Estremoz -. Uns defendem a sua casinha, a sua quintarola, a sua herdade, a sua vinha, enfim, cada um puxa a braza à sua sardinha. Assim como ninguém quer a coisa lá vai passando o tempo e os compadres e os amigos vão - se desenrascando. É normal, normalissímo, é Portugal. Melhor dizendo são os portugueses no seu melhor. Já se fizeram abaixo assinados, textos invocando zonas ecológicas e tudo o que cada um ou cada grupo pensa que é melhor para otraçado do IP2. Do lado do poder central, apoiados pelos boy's do betão e do alcatrão delibera -se o traçado pelos locais mais difíceis e com maior número de pontes e viadutos e tudo o que torne a obra mais cara à bolsita dos portugueses. Esses têm de aguentar a carga. Assim é e mais nada. Por cá, os executivos falam, falam mas não dizem nada nem influenciam ninguém. Provavelmente não têm a minima noção sobre o planeamento da cidade e qualquer projeto de futuro. Estão bem à vista todas as aberrações feitas ou deixadas fazer a nível urbanistico e de equipamentos.
Não sou mais iluminado que os meus concidadãos, mas que faço questão de pensar sobre a minha terra, disso não tenham dúvida.
É verdade que as autoestradas e os IPs e ICs são necessários e importantes para os cidadãos, mas não deixa de ser verdade que são meios de desumanização das cidades. Quem passa por uma autoestrada ou um IP, caminhos periféricos e afastados das cidades, vilas e aldeias, raramente se desvia para tomar um café ou uma refeição e até comprar uma lembrança. Correr, sempre a correr para chegar depressa, parar numa área de serviço onde se paga couro e cabêlo, e se esquecem as crises.
Aqui vai uma achega para que os poucos que ainda entram na cidade não sejam muito poucos ou nenhuns.
Observando metro a metro, desde o cruzamento para Frandina, até à rotunda que liga à estrada para Sousel, verifiquei que é possível tornar este troço fiável, seguro para todos e em todos os locais, agradável aos passantes e aos residentes e infinitamente mais barato que qualquer alternativa que por aí vão inventando.
Mas o mais importante de tudo, digo eu, seriam as vantagens económicas para a cidade de Estremoz, para o seu comércio, a sua restauração, o seu turismo, etc, etc.
Sei que vão invocar que temos o Centro de Saúde e as Escolas junto do IP. Qual é o problema ? Para que servem os diversos tipos de sinalização ? Então nas grandes cidades, as escolas e os hospitais não estão junto de grandes avenidas com enormes fluxos de tráfeco ? Lembrem -se de todas as cidades e vilas do interior de onde desviaram o trânsito e que, com raras exceções, pararam no tempo. Estremoz também sofreu bastante com a construção da variante da estrada Elvas-Lisboa. Não se recordam. Sei que não só por isso, mas teve grande influencia.
Por tudo isto sou contra qualquer variante a construir e a favor da melhoria do traçado atual, feita com a cabeça pensadora dos estremocenses.