“Tenho de me
meter na politica para conseguir um tacho”. Esta afirmação é frequente entre os
desiludidos com o comportamento de alguns agentes da nossa vida politica
nacional, regional e local. A politica é uma actividade nobre se exercida com
transparência, honestidade e pluralismo na administração da coisa pública e
tendo sempre como objectivo o bem comum dos cidadãos. Sabemos que nem sempre
assim tem acontecido. É inaceitável que cidadãos, sejam eles da direita, do
centro ou da esquerda, se mostrem disponíveis para o exercício da actividade
politica e apresentem logo à partida sinais evidentes de desonestidade. O
desencanto e alheamento de muitos cidadãos da vida politica deve-se exactamente
a esse tipo de agentes políticos, mentirosos, desonestos e vigaristas, que
apenas procuram o tal tacho, muitas vezes não imediato mas à posteriori. Para
esse tipo de cidadãos a actividade politica é apenas um meio para atingir fins
pessoais. Todo o ser humano é susceptível de cometer erros maiores ou menores,
mas vigarice e desonestidade é outra coisa. Um líder politico, um ministro, um
presidente de autarquia ou qualquer gestor público tem de ser exemplar na sua
vida privada. Só assim o cidadão comum pode depositar confiança nos seus
representantes politicos. Nos partidos e nos grupos de cidadãos há gente
honesta e capaz, mas é urgente separar o trigo do joio. Cada um de nós, nos
locais onde reside ou trabalha conhece as pessoas, pelo que temos essa
possibilidade. Não podemos aceitar quem nos quer enganar só porque é nosso
amigo, familiar, pertence ao nosso partido ou ao nosso grupo de cidadãos. O
politicamente correcto só contribui para a nossa desgraça.
Paulino Pereira
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