domingo, 6 de julho de 2014

Grande desilusão

Numa sociedade ideal, justa, solidária, etc, etc, cada cidadão teria o dever de dar o seu contributo em prol do bem comum, dentro das suas capacidades e possibilidades. Todos os cidadãos têm dreito ao seu bem estar e da sua família. Servir os outros e não se servir dos outros. Todos sabemos que não é assim, vivemos num mundo do salve-se quem souber e for capaz. Apesar de tudo há excepções. Há cidadãos que, desinteressadamente,ocupam parte do seu tempo e abdicam do seu bem estar em benefício dos outros. Só assim, hoje e sempre, muitas instituições e entidades existem e sobrevivem. Para esses,curvo-me e manifesto a minha admiração e respeito. Estão sempre disponíveis e normalmente não aparecem na foto de família, assim lhe chamam. Outros, pessoas muito capazes, distintas, doutas, acima da média, sempre na alta roda, também estão sempre disponíveis. Na politica, se for um alto cargo, fingem fazer um sacrifício e dar o seu contributo. Mas aqui não há carolice, não há almoços grátis. Não ganham muito mas ganham estatuto e acesso a outros tachos e negócios posteriores. Os mesmos, os que deram o seu contributo à Nação, saem da politica e então sim a sua disponibilidade é total e absoluta. São todos especialistas em tudo e mais alguma coisa e é vê-los nas grandes empresas multinacionais, nos bancos e em tudo o que engorda a conta bancária. Sim porque isso de dar o corpo ao manifesto de borla é para outros. Sei, felizmente, do que falo. Desde jovem dediquei algum do meu tempo e, pouco, muito, bem ou mal, dei o meu contributo a várias instituições. Não estou arrependido,foi reconhecida a minha colaboração, mas senti que outros poderiam fazer melhor, por isso fiz uma pausa. Em tempos idos tive, infelizmente, a fraqueza de aceitar participar activamente na vida politico-partidária. Digo infelizmente porque conheci gente de várias ideologias politicas que, sendo na altura referências destacadas a nível nacional, me desiludiram. Estou arrependido, nunca devia ter aceite. Eles, quase todos para não dizer todos, querem mesmo é tacho. Eles querem governar-se não querem governar-nos. Eles são mentirosos, dizem uma coisa e pensam outra e nem pensam o que dizem. Alguns, sendo da mesma família politica, até aparentam ser sérios mas é pura ilusão. Os politicos de hoje são semelhantes aos do passado recente. Mas o pior de tudo é que os politicos que se preparam para assaltar o poder são todos iguais, mas mesmo iguais, NÃO PRESTAM. Infelizmente não há referências positivas. Que grande desilusão.

terça-feira, 3 de junho de 2014

Eleições à Vista

Não sou bruxo nem adivinho mas o meu dedo miminho diz- me que vamos ter novidades no convento. Com a ganância do poder sempre à flor da pele, os socialistas cometeram o maior erro da vida. O surgimento do D. Sebastião II, que abdicou de outra candidatura, para ser treinador do seu clube, acabou por abrir uma brecha ainda maior na equipa, nada goleadora. Substituir o treinador não será certamente a melhor solução, a equipa está a ficar sem soluções táticas e as derrotas estão à vista. Nestas coisas da politica há antecedentes com dívidas por pagar. Lembram-se de Ferro Rodrigues, de Sócrates, do governo de Santana Lopes, da presidência de Jorge Sampaio e das eleições antecipadas ? Lembram-se da desonrientação da liderança do PSD de então ? A receita servida nesse tempo vai ter agora uma réplica, de maneira diferente. Pois se o pregador não mentir vamos ter eleições antecipadas antes que os socialistas se organizem. Suspeito quem as vai provocar, mas prefiro não adivinhar embora julgue saber. A dívida ficará paga, mas os juros serão muito elevados e muita cabeça vai rolar.

quarta-feira, 21 de maio de 2014

Conversa de ocasião

Hoje mesmo, ao percorrer um dos corredores do edifício sede da Câmara Municipal de Estremoz, tendo em vista aceder a um departamento municipal cumprimentei cordialmente um funcionário que se dirigia ao seu local de trabalho. Tudo seria perfeitamente normal se, após o mesmo ter entrado, não voltasse repentinamente e me interpelasse com a seguinte pergunta: “ O meu amigo recorda-se quando, no princípio dos anos oitenta do século passado, frequentávamos à noite o 12º ano na Escola Secundária de Estremoz? Perfeitamente, respondi. Então recorda-se que para se obter bom aproveitamento era necessário trabalho, estudo, dedicação e capacidade, sem os quais não era possível ir a exame e ter a possibilidade de entrar num curso superior? Respondi novamente, era assim mesmo. Perante estas perguntas e conhecendo bem o cavalheiro, nada virado para as direitas, chegou a minha vez de saber o porquê destas perguntas inesperadas. Com a simpatia de sempre e algum bom humor o dito funcionário diz: É pá têm de nos dar um diploma de doutores em direito, em economia ou outro qualquer, sabe porquê? Suspeito, mas não estou a ver bem porquê. Simples, há pouco tempo deram diplomas do 9º e 12º anos a pessoas que sabem o mesmo ou menos que alguns que têm a 4ª classe antiga. Mas pior que isso é que os convenceram que são pessoas muito capazes de desempenhar funções exigentes em termos de conhecimento académico. Exibem os certificados e colocam-se em bicos de pés. Interrompi e perguntei: então o que quer dizer com isso? Receio que brevemente vamos voltar ao mesmo. Esta gente só pensa em estatística. Não pensa na injustiça que cometem. É concorrência desleal. É colocar em pé de igualdade a excelência e a mediocridade. É achincalhar e desrespeitar quem é dedicado, trabalhador e luta por um País melhor. Tem razão, sempre disse isso e mantenho, afirmei eu. Então até um dia destes. Aqui fica este alerta.

quarta-feira, 14 de maio de 2014

Festa rija alguém há-de pagar

Eleições, quaisquer que sejam, têm sempre significado. Cada líder e cada observador avalia os resultados como lhe convém, muitas vezes não reflectindo a realidade. Poder-se-á dizer que cada um puxa a brasa à sua sardinha. Sem querer antecipar qualquer juízo de valor, o resultado que se avizinha poderá vir a ser bem pior que qualquer avaliação. Portugal, ao contrário do que nos querem convencer, nunca foi verdadeiramente independente. País de comerciantes, intermediários, gente guerreira, aventureira, ambiciosa, inteligente, trafulha e espertalhona, deu novos mundos ao mundo, sempre sem rumo e objectivo definidos. País que descobriu riqueza e a desbaratou. Pais de altos e baixos (mais de baixos) que nunca conseguiu estabilidade económica/financeira. País que, após pequenos sucessos, não soube evitar novos trambolhões, sempre com pés de barro. País de vendedores de banha da cobra que não aprende com os disparates anteriores. Aceitem ou não, foi sempre esta a realidade portuguesa. Antes e agora, no meio das festanças, há sempre quem se aproveita e mete a mão na massa. O rebanho domesticado e conduzido pelos lobos vai na onda a caminho do abismo e, como é costume, é comido. O povo, gente boa, gosta destas molhadas, destes arraiais, de promessas fáceis, de mentiras, de ideias que não lembram ao diabo e esquece quem vai pagar a factura. Onde e como se arranja não interessa, festa é festa. O tempo talvez cure a doença. O pior é que o tempo passa, vêm outras eleições e outras, a festa vai continuar e nova recaída surgirá. É verdade que as mezinhas prescritas não deram resultado de grande vulto. Outra prescrição teria resultado melhor? Não sei ao certo quanto valem uns e os outros. Uns prescrevem mais ou menos a mesma dose, já conhecemos e vale o que vale, é preciso melhorar. Os outros não sei ao que vêm mas desconfio que não sabem o querem ou preparam-se para a festança e vendem gato por lebre. Nós, os eleitores, é que temos de decidir. Ninguém se iluda, não há milagres. Gostamos muito de feiras e festas e quem vier atrás que feche a porta. Não pode ser.