É
consensual que cada cidadão tem o direito de pensar e expor livremente as suas
ideias. Não é consensual que alguns cidadãos considerem que apenas a sua ideia seja válida. Pior ainda é julgarem que só eles têm esse direito de opinar e sem
contraditório. Vem isto a propósito de
um fórum que uma estação de rádio proporciona semanalmente, em dias úteis, aos cidadãos expressar as suas ideias sobre um tema nacional. Ultimamente alguns
cidadãos, supostamente de esquerda, vêm à praça para manifestar a sua indignação
pelo facto de outros cidadãos comuns ou lideres políticos, supostamente não de
esquerda, terem direito a opinião diferente deles. Concluo que, ao contrário do
que se diz, a democracia em Portugal não está consolidada e muito menos
amadurecida. Pelos vistos, para aqueles cidadãos, ditos de esquerda, o regime
democrático é de opinião única e partido único. Ditadura, digo eu. Sugiro a
essas pessoas que o melhor é emigrarem para a Venezuela ou outro país a seu gosto.
Prefiro ouvir e ler todas as opiniões e escolher, digamos a melhor ou a menos
má. Cultivem-se e convertam-se.
segunda-feira, 10 de julho de 2017
quarta-feira, 19 de abril de 2017
ESTE PAÍS NÃO É PARA QUEM TRABALHA
Felizmente faço parte do limitado
número dos que pagam e sempre pagaram impostos. Tive azar ou não tive esperteza
para subir àquele patamar superior cuja tributação fiscal é igual à do enorme
escalão inferior que continua a ser zero. Uns, conseguem isentar-se através de
offshores e outros esquemas, os outros, por continuarem no fim da tabela. Não
tenho inveja duns nem quero descer ao nível dos outros. Há os gajos (não têm
outro nome) que, apaparicados pela comunicação social e por políticos, não
pagam ou roubam milhões e milhares de milhões de euros, tinham patrimónios
milionários agora em nome de fundações e outras entidades mafiosas. Estes
também não pagam impostos, a justiça não consegue provar nada, os processos são
arquivados, são ilibados, absolvidos e mais toda a merda de procedimentos que
nos lixam a todos. Para completar o puzzle há ainda o peixe miúdo que nunca
trabalhou nem quer ouvir falar em tal, logo nada contribuiu nem contribuiu, é
tratado nas palminhas das mãos pela maralha que vive há sombra da política e do
orçamento, recebe e tem mais regalias que quem trabalha e contribui, passa dias
e noites comendo, bebendo, passeando e até barafustando com tudo e com todos. Sinto-me
indignado, roubado, desconsiderado e até já desmotivado.
Quando é que alguém com tomates põe
termo a isto.
Paulino Pereira
quinta-feira, 13 de abril de 2017
A SORTE E O AZAR
Estremoz, a
sua área geográfica, teve o bafo da sorte quando em 1258 lhe foi atribuído o
foral. Situado entre sete concelhos em dois distritos administrativos. Numa
sub-região que se destaca pela riqueza do seu subsolo, pelo seu microclima,
pela riqueza da flora, da fauna, pela excelência das ligações rodoviárias e, em
tempos, das ferroviárias, pela centralidade relativamente a vários centros
urbanos de maior dimensão, pela sua história, pelo seu património arquitectónico,
pela gastronomia, pelas diversas actividades económicas e, sobretudo, pela
riqueza humana das suas gentes, os estremocenses. Sempre anunciado e
pronunciado como um concelho com enormes potencialidades e com as maiores
margens de progressão e desenvolvimento. Só pode ser um concelho cheio de
sorte.
É verdade que
alguma coisinha foi feita, poucochinho como alguém já disse a outro nível. Os
estremocenses tiveram sempre, ou quase sempre, azar no que respeita às equipas que
governaram os seus destinos locais. As equipas propostas e que saíram
ganhadoras não tiveram capacidade para aproveitar a sorte. Tudo ou quase tudo
foi feito para o imediato. Fez-se o que podia ficar à vista e dava votos. A
cidade e o concelho pecam por falta de infraestruturas básicas funcionais e modernas.
A mobilidade e a acessibilidade para os cidadãos são uma miragem. A higiene e a
limpeza deixam muito a desejar, apesar de neste sector os cidadãos contribuírem
negativamente para tal. Quanto a urbanismo, com poucas excepções, os bairros
novos são uma vergonha. Faltou e continua a faltar planeamento para a cidade e
para o concelho. Sem planeamento não se pode projectar o futuro.
Como é hábito
dizer-se – “não há bela sem senão” -, Estremoz concelho sortudo, bateu-lhe
sempre o azar à porta. Deixaram-se enganar e escolheram mal, digo eu. Quanto ao
futuro? Tudo como dantes, não se vislumbra qualquer luzinha que possa correr
com o azar.
Paulino
Pereira
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