quarta-feira, 14 de maio de 2014

Festa rija alguém há-de pagar

Eleições, quaisquer que sejam, têm sempre significado. Cada líder e cada observador avalia os resultados como lhe convém, muitas vezes não reflectindo a realidade. Poder-se-á dizer que cada um puxa a brasa à sua sardinha. Sem querer antecipar qualquer juízo de valor, o resultado que se avizinha poderá vir a ser bem pior que qualquer avaliação. Portugal, ao contrário do que nos querem convencer, nunca foi verdadeiramente independente. País de comerciantes, intermediários, gente guerreira, aventureira, ambiciosa, inteligente, trafulha e espertalhona, deu novos mundos ao mundo, sempre sem rumo e objectivo definidos. País que descobriu riqueza e a desbaratou. Pais de altos e baixos (mais de baixos) que nunca conseguiu estabilidade económica/financeira. País que, após pequenos sucessos, não soube evitar novos trambolhões, sempre com pés de barro. País de vendedores de banha da cobra que não aprende com os disparates anteriores. Aceitem ou não, foi sempre esta a realidade portuguesa. Antes e agora, no meio das festanças, há sempre quem se aproveita e mete a mão na massa. O rebanho domesticado e conduzido pelos lobos vai na onda a caminho do abismo e, como é costume, é comido. O povo, gente boa, gosta destas molhadas, destes arraiais, de promessas fáceis, de mentiras, de ideias que não lembram ao diabo e esquece quem vai pagar a factura. Onde e como se arranja não interessa, festa é festa. O tempo talvez cure a doença. O pior é que o tempo passa, vêm outras eleições e outras, a festa vai continuar e nova recaída surgirá. É verdade que as mezinhas prescritas não deram resultado de grande vulto. Outra prescrição teria resultado melhor? Não sei ao certo quanto valem uns e os outros. Uns prescrevem mais ou menos a mesma dose, já conhecemos e vale o que vale, é preciso melhorar. Os outros não sei ao que vêm mas desconfio que não sabem o querem ou preparam-se para a festança e vendem gato por lebre. Nós, os eleitores, é que temos de decidir. Ninguém se iluda, não há milagres. Gostamos muito de feiras e festas e quem vier atrás que feche a porta. Não pode ser.

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