sexta-feira, 16 de março de 2018

O TRIGO E O JOIO


“Tenho de me meter na politica para conseguir um tacho”. Esta afirmação é frequente entre os desiludidos com o comportamento de alguns agentes da nossa vida politica nacional, regional e local. A politica é uma actividade nobre se exercida com transparência, honestidade e pluralismo na administração da coisa pública e tendo sempre como objectivo o bem comum dos cidadãos. Sabemos que nem sempre assim tem acontecido. É inaceitável que cidadãos, sejam eles da direita, do centro ou da esquerda, se mostrem disponíveis para o exercício da actividade politica e apresentem logo à partida sinais evidentes de desonestidade. O desencanto e alheamento de muitos cidadãos da vida politica deve-se exactamente a esse tipo de agentes políticos, mentirosos, desonestos e vigaristas, que apenas procuram o tal tacho, muitas vezes não imediato mas à posteriori. Para esse tipo de cidadãos a actividade politica é apenas um meio para atingir fins pessoais. Todo o ser humano é susceptível de cometer erros maiores ou menores, mas vigarice e desonestidade é outra coisa. Um líder politico, um ministro, um presidente de autarquia ou qualquer gestor público tem de ser exemplar na sua vida privada. Só assim o cidadão comum pode depositar confiança nos seus representantes politicos. Nos partidos e nos grupos de cidadãos há gente honesta e capaz, mas é urgente separar o trigo do joio. Cada um de nós, nos locais onde reside ou trabalha conhece as pessoas, pelo que temos essa possibilidade. Não podemos aceitar quem nos quer enganar só porque é nosso amigo, familiar, pertence ao nosso partido ou ao nosso grupo de cidadãos. O politicamente correcto só contribui para a nossa desgraça.  
Paulino Pereira

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